foto furuta

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Bebendo com o Inimigo


Aqui quando você quer dizer que vai estar de folga tal dia, você diz: "... vou estar de 'off'!". Pois é, dias de 'off' são tão esperados quanto as nossas boas sextas-feiras, normalmente ressacas de uma quinta daquelas e vésperas de um sábado que não chega antes do meio-dia. A diferença é que no meu caso eles dificilmente acontecem nos finais de semana. E 'lambe os beiços'!!
Num desses, firmou-se um trato incorruptível com meu amigo Juba. Era sua última prova na faculdade, marco final de uma ralação de anos em terras estrangeiras, desculpa pra se bebemorar por décadas. E sendo assim, decidimos que começaríamos já. Foi o dia mais quente do ano até então, algo em torno de 22 graus, sede proporcional aos motivos pra celebrar o feito do cara e ainda fazer uma concentração pra final da Liga dos Campeões entre Milan e Liverpool. Evento de parar o trânsito local.
Partimos, eu, Juba e seu conterrâneo e parceiro de copo, o Caio Jaú, pra Oxford Street em busca de um pub que televisionasse o evento em grandes telas e cervejas mais baratas e geladas que o normal inglês. Missão complicada. Cansados e sedentos, decidimos comprar um saco de latas num indiano da vida pra garantir a hidratação da goela durante essa peregrinação. Já munidos e com o béri-béri sob controle, chegamos na Soho Square com o relógio ao nosso favor e resolvemos que era aquele o lugar ideal para o nosso 'pic-nic' líquido.
Conversa vai, conversa vem, várias big latas ao redor, vimos um barril de chopp rolando na grama rumo ao portão e tivemos a certeza de ter parado bem. Chegou o Ulas, amigo turco do Juba e nosso camarada, e retomamos a agenda do jogo. Antes de partir não tive como deixar de registrar meu encontro com Charles II (foto) e lhe oferecer um gole da minha cerva. Afinal, o cara tá ali de pé debaixo de sol e chuva há anos. Mais do que merecido.
Depois de andar um bocado, chegamos ao 'Walkabout' de Leicester Square e encontramos um grande movimento personificado em hoolingas na porta daquele bar em forma de igreja (sem foto no momento, mostro em breve). Fomos barrados pelos gigantes seguranças que perguntaram por quem estávamos torcendo. Juba 'virou a casaca' de bate-pronto e repondeu 'Liverpool' (caso contrário estaríamos do lado de fora até hoje). Entramos e demos de cara com uma arena lotada de 'inimigos' e com uma barreira quase intrasponível rumo ao bar. Nada restou senão comprar logo uma penca de uma vez pra garantir a zoeira. Eu nem queria...
Começa o jogo. O grande ponto a favor desse tumulto homicida era o telão gigante, praticamente um cinema dolby stereo digital powerful amplification sound fuckin' system que possibilitava ver o jogo de qualquer ponto do pub. Melhor ainda foi ver a inglesada cantando, torcendo, gritando o tempo todo sucumbindo diante do rubro-negro italiano conduzido por Kaká & Cia. Não querendo esnobar qualquer noção de perigo, assisti aos dois gols contra os donos da casa comemorando no melhor estilo brazuca. Muito macho? Muito doido?? Muito bêbado??? Equação difícil?! Não, é que depois de alguns baldes de cevada eu acho que tenho 2m, 150 kg, e daí, "que venham os Hoolingans!!" ahahahahahaha...
De resto, só alegria e algumas paradas em busca daquela saideira de sempre. Qualquer dia escrevo sobre como esse negócio de saideira aqui é um troço pra lá de complicado, inimaginável pra quem trata isso de uma maneira corporativa e institucional como nós.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

'Favela' in London


Queridos companheiros de copo,

Escrevo agora pra contar sobre mais uma peregrinação de bar em bar. Lembram daquela mania de beber até a porta descer e a vassoura cantar? Fechar um, dois, três botecos, passar no 'Steak House' pra ver se rola um chopp-saideiro e não satisfeito partir pro 'Barroquinho' a procura daquele churrasquinho regado a pimenta, farofa e mais algumas dúzias de ampolas? Pois é, certas coisas só mudam de endereço...
Num fim de semana desses, andando pelas ruas do bairro de Clapham Junction farejando uma cerveja 'extra-cold', tive uma surpresa quando uma certa bandeira verde-amarela me chamou a atenção. Ela estava pintada em um paredão bem parecida com as que se espalham pelas nossas ruas em períodos de Copa do Mundo, toda torta e nada fiel à geometria do nosso querido símbolo. Mas como o que vale é a intenção, parei pra ler o que queria dizer aquela coisa tão familiar.
Em cima do desenho vinha em letras mais tortas ainda: "Favela Brazilian Bar". Mas foi engraçado, pois junto á parede havia uma loja e uma área parecida com um pequeno estacionamento, nada que lembrasse um bar. Como não podia deixar de ser, tive que dar um 'confere'. Perto dos 'borrões nacionais' haviam setas pintadas no chão e algumas placas improvisadas ao longo de um pequeno beco. Mesmo achando tudo muito esquisito, mais ainda por não conhecer aquela área, continuei trilhando aquele 'mapa da cachaça'. No final do sinistro corredor havia um muro, algo que lembrava uma oficina, e à esquerda o tal 'Favela'. Abri um sorriso de uma orelha a outra ao ver aquele lindo exemplar de pé sujo num clássico fundo de quintal, literalmente!
Acompanhado dos meus fiéis escudeiros, adentrei o recinto brazuca e me senti leve ao ver cartazes da minha querida e saudosa Skol na parede (entre outras beldades da terrinha). Só de dizer 'Oi, tudo bem!' e pedir uma 'estupidamente gelada' pra balconista/garçonete já me deixou que nem pinto no lixo. Só faltava ser gata, mas a atenção com a sede alheia compensou esse detalhe. Além do mais, nada que uma caixa e uns 'quentes' não resolvam! 'Desce dois, desce mais...'
Conversa vai, conversa vem, vi que o lugar apesar de pequeno poderia oferecer algumas 'possibilidades'. Perguntei à simpática anfitriã se rolava algum tipo de som ao vivo no boteco e se poderia levar o violão qualquer dia desses para uma pequena 'jam session'. Ela gostou da idéia, me ofereceu uma 51, comprei mais uma latinha pra viagem e antes de sair fiz questão de registrar a descoberta desse que pode ser o local do primeiro 'show' da minha viola inglesa. Tá aí! 'Pátria' ao fundo, o grande Juba (Skolzinha na mão!) e Mr. Fruit atacando de Brahma por falta 'da redonda' no estoque. E ainda eram 5 horas da tarde.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Pelada Inglesa


Quero antes de mais nada agradecer a contribuição de todos aqueles que dispensaram parte do seu precioso tempo para enriquecer o repertório de baixarias e afins do qual sinto tanta falta e que muito me orgulha encontrar nesse humilde espaço. Melhor do que isso só se estivéssemos 'ao vivo' tomando aquela penca de geladas e rindo 'de chorar' ao comemorar a perda ou vitória de qualquer coisa, ou simplesmente mais um encontro da 'Raça Ruim' (Salve, Dr. Fields!!) sem saber ao menos o 'por quê' ou do que estávamos falando, nos olhando uns aos outros e perguntando 'quem são esses caras??!!'.
Como bem lembrou minha velha amiga Natália (falei velha amiga e não amiga velha! rsrsrs), tá na hora de escrever qualquer outra coisa nem que seja só pra mudar o espaço dos comentários pois a postagem anterior já se perdeu completamente no meio da Fani, no fulo do rato do Martina, no 'egoísmo' do Genô, nos anos da Jaca e até no meio do Papa! Falando em Papa e na Fani... SANTO RABO, caro Guilherme! Loucura, Loucura, Loucura!!!!
E já que estamos falando dessa anatomia que é a "alegria do povo" não posso deixar passar em brancas nunvens, quer dizer, em rubro e negras nuvens a maravilhosa conquista do meu MENGÃO sobre o Botafogo semana passada. Só não fiquei mais feliz porque não assisti, não ouvi, não acompanhei a partida! Além da distância que já dificulta tudo, ainda estava a ralar, ora pois! Mas não faz mal! Abri todos os jornais on-line, notícias, blogs e colunas esportivas para exaltar o 'Manto Sagrado', coisa linda de se ver ainda mais estando tão longe de casa..., que maravilha!!
Melhor ainda é saber que meu camarada Sandro, botafoguense safado que saiu daqui rumo à terrinha tirando onda com a minha cara dizendo que estaria no Maraca pra ver a o 'Fogão' ser Campeão (ahahahahaha!!), agora está de cara rachada por ter aprendido da pior forma que não se faz pouco da maior torcida do mundo, que não se desdenha a camisa que é paixão e sinônimo de raça e glória! Pior é que o cara tá indo lá pra casa fazer uma visita aos Fields nesse fim de semana, coitado... Esculacha o alvinegro, Paizão!!!!!
Mas já que se falou em futebol, títulos e no maior do mundo, quero registrar um certo 'ocorrido' com a minha pessoa outro dia aqui nessas distantes terras ao norte da casa do cacete.
Fui convocado para um campeonato de futebol beneficente num sábado de manhã (essa vida de atleta de 'Dia de São Nunca' ainda me mata!). E como é de se imaginar, só de ter que acordar pra isso já significou um esforço de maratonista pra mim. A empresa onde meus companheiros de casa trabalham promoveu um evento pra levantar fundos para instituições de pesquisa do câncer. Nobre como sou, paguei o 'passe' pra participar sabendo que não iria jogar nada, pois mesmo estando em forma (forma de barril!) não arriscaria me meter em nenhuma rachada. A não ser que o outro time fosse todo feminino, claro. Só mesmo quem ficou 6 meses de muletas e com uma 'bota Robocop' como eu sabe o medo que é arriscar dar um simples chute na pelota. Mas fui imaginando que seria ótimo curtir um lindo dia de sol no Hyde Park, conhecer novas pessoas, ficar dichavadamente nos bastidores assistindo ao corre-corre dos outros tomando umas cervejas no banco de reservas com uma reserva de geladas (aqui nem tão geladas assim).
Só que não foi bem isso o que aconteceu. Primeiro porque não tinha cerveja nenhuma, coisa que me causou um estranhamento e decepção enormes. Qualquer peladinha no Brasil teria uma fila de isopores nas laterais pra repôr as energias dos 'atletas, comissão técnica' e público em geral sem nenhum acordo prévio. Coisa óbvia e ululante! Alguém pode perguntar: "Porra, mas vc não faz nada sem cerveja?". NÃO É BEM ASSIM! Até porque sábado de sol e futebol sem cerveja não existe! Ainda mais sendo meu dia de folga, caceta!!
Mas tudo bem, nada me restou senão confraternizar, me solidarizar com a causa e jogar neste que se tornou o meu primeiro campeonato de futebol inglês (nem me lembro de ter participado de algum outro em qualquer lugar). Ganhei até medalha. Ok, todo mundo que pagou pra 'brincar' também ganhou, mas e daí? Joguei bola, corri (quase morri, diga-se de passagem...) mas fiquei numa felicidade só ao olhar o meu pé outrora bichado e ver que ele continuava fazendo parte de mim. Só esse 'test-foot' já valeu a pena. E fazer massagem nas meninas contundidas também. Ôôôôô se valeu!!!!
P.S: Alguém manda uma camisa do Flamengo pra mim, pelamordedeus!! Essa da foto é do XV de Jaú e só concordei em usar por dois motivos: é verde-amarela (todo mundo achou que por ser brasileiro eu era 'craque', ahahaha) e o XV não é time aí e muito menos aqui, portanto..., tô perdoado!!