foto furuta

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Um dia de Cana


Depois de uma inusitada mudanca de escala na labuta descobri que estava com dois dias de folga. Fiquei tranquilo apos fazer os calculos e ver que mesmo assim estaria com as contas da semana pagas. Na verdade fiquei feliz, pois estava precisando. Tomei um banho, joguei uma torrada aos esquilos (pequeno pedagio pra sair de casa) e fui pra rua. Ja munido de uma 'Carling' (outra cerveja 'BBB' daqui: boa, bonita e barata!) liguei pra meia duzia de conhecidos pra saber qual era 'a boa' mas nao tive sucesso.
A partir dai uma puxou outra que puxou mais uma e assim sucederam-se. Decidi entao relaxar num parque e assistir ao por do sol sobre o Rio Tamisa. Coloquei os fones de ouvido e esqueci da vida. 'Esqueci' eh forma de falar, porque isso so me fez lembrar. Quando o play chegou no unico registro gravado do som que eu levava com meus queridos 'Verhmes', meus amigos/irmaos Geno e Martina, a cabeca fez uma trip intercontinental, intergalactica! Estavamos entao, gracas a tecnologia em forma de mp3, 'tocando' em terras estrangeiras. Eu ja tinha feito isso antes e achei a maior onda ouvir nosso barulho feito num quarto no fundo de um apartamento em Icarai tocando nas ruas londrinas, mas desta vez foi diferente. A saudade bateu mais forte do que nunca. De posse da latona, sentei num banco do 'Bishop's Park' e viajei no maremoto de lembrancas. Isso ate chegar uma dupla de policiais do nada (antes fossem 'Fucker and Sucker') pra aplicar o que seria a minha primeira 'dura gringa'. Gelei na hora pela minha condicao de todo errado nao importa onde eu esteja. O 'mais big' deles chegou perguntando se aquela cerveja no banco era minha (nao seria capaz de negar uma coisa dessas). Confirmei a paternidade. Ele disse entao que nao era permitido beber ali e que o seu parceiro iria anotar os meus dados e me multar. "PQP", disse eu por dentro com todas as letras! Quando o cara puxou o bloco eu pedi desculpas, disse que nao sabia dessa norma local e que sairia dali imediatamente. Nisso, uma mulher que passava parou pra pedir uma informacao aos 'community polices'. Aproveitei o momento de distracao pra cartar bolsa, lata e vazar. Devo essa salvadora 'saida pela direita' a essa mulher e ao meu anjo da guarda sempre alerta.
Resumo: saudades gigantes de voces, meus caros 'Verhmes'!! Mas por motivos legais ou ilegais preciso mudar o meu repertorio. Pelo menos por enquanto.
P.S: Essa foto foi tirada na 'Trafalgar Square' muito antes deste incidente etilico-diplomatico.

terça-feira, 24 de abril de 2007

The Nikity's Guys and Stella


Essa foto foi tirada com minha camera de flash pifado horas antes da fatidica descoberta do estado de coma profundo em que meu laptop ainda se encontra. Como se percebe, nao estou tendo muita sorte com tecno-eletronicos, se eh que posso chama-los assim.

Havia combinado com meu amigo Sandro (esse cara fantasiado de pirata na foto) de tomar umas antes da sua viagem em visita a terrinha brasilis. Moramos a uns 30 minutos de distancia um do outro, mas a correria do dia a dia dificulta fazermos isso com frequencia. Pena, porque o cara eh 'brother'. Alem do fato de ser de Nikiti City, ele eh filho da minha 'mae adotiva' , minha queridissima Nicinha. Mas pra num ficar falando bem demais do cara, eh botafoguense.

Marcamos em Kew Bridge, bairro show de bola aqui, so pra trocar uma ideia e algumas 'pints' antes das suas ferias e de eu ter que encarar mais um turno de trabalho. Peguei o trem pra aquelas bandas (espetaculo de trem) e na saida da estacao parei num 'indiano' pra comprar uma lata (a menor lata de cerveja aqui tem 440ml e a normal 500). 'Indiano' eh como chamo os 'Off Licence' daqui, uma especie de mercearia que nao sei porque tem sempre uma familia inteira cuja as caras e o sotaque nao negam. Assim que abri a latona tocou o celular. Era o cara dizendo que tava sentado na grama em frente ao pub que tinhamos marcado tomando umas latas tambem. Ri e perguntei se ele tinha escutado eu abrir a minha 'Kronenbourg 1664' ja caminhando pra comecarmos os trabalhos.

Cheguei la e tava o cara sentadao curtindo o dia ensolarado com um saco de 'Stella Artois' (cerveja belga muito popular aqui) e bem em frente a uma igrejinha muito maneira com seu pequeno cemiterio de uns 350 anos. Depois de secar os latoes e de discutir sobre a vida la e a vida aqui, bateu aquela vontade incontrolavel de esvaziar as bexigas. De imediato, olhamos para as varias arvores ao redor. Mas como fazer isso na frente das criancas, das mamaes e dos velhinhos passeando por aqui? Se fosse no Brasil...

Levantamos e fomos pro pub em frente a procura de alivio. Ja com tudo sob controle, chegamos a encostar no balcao pro inicio da segunda etapa quando olhamos ao redor e vimos que estavamos cercados por uma velharada vitoriana. 'Tem um outro ali na outra rua', sugeriu o alvi-negro. Nao podiamos ter feito melhor. Pub muito maneiro. Por dentro parecia mais uma taverna com seu estilo bastante rustico. Na frente uma varanda legal e embaixo mesas na calcada. Ficamos de gala. A hora passou, as cervejas secaram, o cara tinha que fazer as malas pois viajava na madrugada seguinte e eu nao conseguia parar de pensar na cara da minha gerente ao ver meu atraso e sentir o bafo caguete.

Bom demais! Agora so me resta esperar o malandro trazer as noticias mal passadas do 'Porcao', orientais do 'Sunsaki', 'afeijoadas' da 'A Mineira' e todas regadas pelas geladas dos botecos saudosos da nossa querida 'Cidade Sorriso'.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

'Pra nao dizer que nao falei de Flores'


Como se percebe pelos erros no titulo desta, escrevo agora de um computador (valeu, Juba!) fabricado aqui e que desconhece qualquer tipo de acento, cedilha, til ou outros compromissos ortograficos da nossa lingua portuguesa. Vou tentar fugir de alguns destes e volta e meia usar a odiosa e abreviada forma como escrevem nos chats, msns e afins, mas isso vai doer. Tudo devido ao 'infarto' que meu laptop acabou de sofrer. 'Tristeza triste' . Vamos ao escrito e ocorrido ontem, ora pois!

'Eu que ja xinguei tanto papel, aquelas pilhas de xerox e escritos que diminuiam cada vez mais o meu pequeno quarto, me pego agora com saudades em forma de arrependimento pensando que tudo que posso ter perdido com o 'tilt' do computador (ou quase tudo) poderia estar a salvo em um canto umido e empoeirado. Ahhh, maldita e abencoada tecnologia!!
Tecnologia que possibilita falar com a familia e amigos distantes, acessar as mais variadas informacoes na velocidade de um clique, mas que associada a minha ignorancia e relaxamento me deixou completamente sem saber o que fazer ao ligar o computador e ver que nada acontecia alem de um tela preta e um tracinho piscando. Se caso confirmado o meu diagnostico sem conhecimento de causa terei perdido quase 30.000 fotos (mais de 20.000 somente de registros europeus) musicas, videos, panilhas, entrevistas, anotacoes de campo, composicoes, esquetes, ideias e rabiscos entre centenas de documentos em geral. Fora a sacanagem que vinha acumulando desde..., bem, deixa pra la.
Essa coisa de 'mundo digital' eh um negocio complicado pra caceta. Camera, por exemplo. Voce compra algo caro que facilita o envio, recebimento, armazenamento, enfim, agiliza sua vida, garante de alguma forma que a foto vai sair do jeito que voce gostaria (quase sempre), evitando aquela ingrata surpresa de encontrar um dedo em cima da sua cara ou cabecas cortadas quando revelado o filme. Detalhe: ainda tendo que pagar por isso. Duas vezes (filme e revelacao). Literalmente! No caso das 'velhas' maquinas ainda se paga pra ver a merda que voce fez ou que fizeram por voce.
Ja com as cameras digitais voce tem como corrigir na hora ou por meio de programas (se eu tivesse algum este estaria perdido tambem!), escolhendo entre dezenas de fotos sobre a mesma coisa qual aquela merecedora de ir pro papel. Na teoria, beleza. O problema eh que raramente se revela alguma coisa. A maioria esmagadora fica mesmo eh no computador ou gravadas em cds (nao me falem em backup! Se eu tivesse feito um nao estaria escrevendo isso agora!!) e pronto. Eu mesmo nao revelei praticamente nada comparado a quantidade de fotos batidas. Teoria uma coisa, pratica outra.
Hoje acordei num desolamento gigante por conta disso tudo e algo mais. Resolvi bater perna, conhecer outros cantos da cidade. Parti pro 'Regent's Park', perto da Estacao de Baker Street (essa merece registro) e ca estou. Parque lindo, enorme e cheio de cisnes, patos, passaros, criancas brincando, corpos carentes de sol sobre a grama e outros bichos. Destaque para os jardins que de tao perfeitos lembram cenografia. As flores sao tao bonitas que parecem de plastico. Sem querer acabei destruindo algumas tentando provar sua autenticidade. Tudo em nome da ciencia.
Bem, agora mais relaxado, acredito que o passo seguinte deve ser tentar resolver o problema informatico, morrer num dinheiro, aporrinhacao, etc. Ou nao, ja que escrevo estas linhas 'largatamente' deitado na grama como um 'nativo' expondo minha barriga indecente (agora entendi por que ta esvaziando isso aqui...) sob o sol de 6:30 da tarde, salvo pelos bons e velhos caneta e bloco.
Sendo assim, considero feitas as pazes com o papel desde ja pensando em evitar futuras tristezas como essa, ou quem sabe ainda adquirir uma caneta tinteiro para homenagear os velhos escritores dessa terra. Mas se esse cisne ciscando na minha frente continuar dando mole escreverei as proximas folhas com uma linda e longa pena branca.'

terça-feira, 17 de abril de 2007

Os perigos nossos de cada Dia - Parte II




"A Jaca" me lembrou os pivetes, os mendigos, as garrafas de cola e cachaças pets que de uns anos pra cá fazem parte do cenário fixo da praça em frente a Estação Cantareira, o nosso querido 'Baixo UFF' em Nikiti, ao lamentar não ter um espaço para se fiscalizar a natureza como faço sempre que posso. Não quero cair no comum das comparações, apenas falar de coisas que saltam aos olhos em um país civilizado e seus aspectos positivos. Falar um pouco, pois dá preguiça de enumerar. Se você é brasileiro e mora no Rio de Janeiro o mais 'interessante' talvez seja a forte sensação que tenho aqui de algo que não temos há tempos: segurança. Dá vontade de falar muito sério sobre isso, mas vejo nosso histórico, as notícias verde-amarelas e desanimo só de pensar em fazê-lo.
De todas as coisas o que mais me chamou a atenção assim que cheguei foi ver as pessoas andando com celulares de ultima geração na mão e câmeras enormes penduradas no pescoço, coisa cara, aparelhos de todos os tipos sem que ninguém olhasse, sem que ninguém avançasse em cima gritando ‘perdeu, perdeu!!’. Londres, onde a quantidade de japonês ganha até de Tóquio, parece uma feira multimídia tamanha a quantidade de cams, filmadoras, etc, presentes em qualquer canto, registrando qualquer cenário, jogando na minha cara nossa condição terceiro-mundista. Falo dos 'japas' de sacanagem. A coisa é geral. Como se pode andar com seu equipamento sem maiores perigos, é mais do que normal ver aquelas super-máquinas na mão de qualquer um na rua, no ônibus, trem, metrô, qualquer lugar. Outro dia entrei no ônibus e dei de cara com um velhinho que parecia estar se apoiando na câmera de tão grande que era ela, linda de morrer. Eu não conseguia tirar os olhos da máquina e de pensar em como ele poderia ‘perder’ aquilo somente com um sopro. Mas ninguém olhava. Ninguém tava nem aí. Neguinho joga playstation, assiste filmes em dvds portáteis no metrô. Mp3, p4, aqui é igual a banana (banana aqui é artigo importado, com certeza deve ser mais caro), todo mundo tem. O que mais se vê são fones em ouvidos e livros nas mãos. Os carros são os mais caros do mundo e rodam mais livres do que nossos populares. Agora com o sol firmando chegou a vez dos conversíveis curtirem uma brisa. As pessoas abrem seu laptops nos parques, nas praças, algo impossível no Campo de São Bento, de Santana, Quinta da Boa Vista, onde quer que seja. Coisa que eu só via em filme e agora tá demorando pra cair a ficha. 'Mas não há crime em Londres?'. Claro que tem. Tem tráfico, tem morte, tem roubo, áreas perigosas, etc., mas nada que lembre nem de longe o nosso caos, a nossa guerrilha cotidiana.
Como disse antes, não dá pra enumerar sequer algumas diferenças com esse espírito Caymi baixando em mim. Nem vou cantar pra que ele suba, pois todos sabemos quais são e porque são. Alguns menos, pois elegem, reelegem, lavam as mãos, tapam os olhos e ouvidos. Mas não vamos falar de verdades a essa altura e distância. O fato é que me sinto um paranóico ao ‘dichavar’ minha carteira, ao sacar a câmera que ninguém quer, ao olhar preocupado pra quem vem, pra quem vai enquanto espero sozinho no ponto do ônibus depois da meia-noite, enfim, ao agir como um ‘neurótico de guerra’ em tempos de paz. “Ah, mas a Inglaterra está em guerra com o Iraque, com o Islã”, podem dizer. Ok, falamos sobre isso depois (já senti o medo de bomba de perto!).
Alguém quer saber se sinto falta da bagunça, do batuque no boteco da esquina, da saideira sem hora pra acabar, etc, etc...? Lógico! Todos os dias! Nada se compara ao nosso calor humano, a nossa festa de sempre, muito mais quando longe de casa. Mas cansei de abrir o jornal, ligar a televisão e ver o nosso ‘oba–oba’ diário, a nossa alegria capaz de 'atravessar o mar' interrompidos pelo zunido da bala achada exatamente por quem não procurava, pelo carro bêbado, pelo bandido que toma o nosso e pela polícia que leva o seu, pelo descaso geral sem responsável, pelo silêncio de um minuto que se pede antes da gente cair no samba.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Os perigos nossos de cada Dia


Falar de como pode ser estranho um lugar onde a língua, a cultura, etc., são diferentes é chover no molhado. Mas existem coisas que acontecem com uma certa regularidade e ainda por cima em frente de casa que não é preciso ser nenhum antropólogo, biólogo, ou especialista em nada para se tirar algumas razoáveis conclusões (ou não...).
Cheguei em Londres em uma madrugada de novembro depois de um rolé com meu irmão pela ‘Zoropa’. Na última etapa alugamos um carro da Escócia até aqui (pegar estrada a 180 km/h e do lado direito merece um texto a parte). Depois de uma rápida conferida no agito londrino, partimos para a casa do Juba, nosso anfitrião, velho amigo de Ronaldo e hoje meu ‘flatbrother’. Cansados e sem GPS, tivemos que parar para telefonar e pegar as coordenadas do nosso teto. Não sabíamos que já estávamos praticamente do lado. Até aí, normal. O curioso foi sair do carro rumo à clássica cabine telefônica e dar de cara com uma raposa (das grandes) parada e nos olhando. Ficamos segundos falando sem mexer um músculo. O impasse estava criado. Mas como brincar de estátua em plena madruga, cansados e num frio de -4 graus não tinha nada a ver, fui no carro pegar a câmera para registrar a cena. Não preciso dizer que foi só eu pegar a máquina que a raposa 'deu linha'. Daí guardei a câmera e só de sacanagem apareceu outra maior ainda. O que eu fiz então? Nada. Pensei: “essa porra deve ser igual a cachorro aqui, passa toda hora”. Engano. Conheço gente que está aqui há anos e nunca viu uma. E de lá pra cá só vi mais umas 3 ou 4 vezes (todas sem câmera á mão, claro!). Isso sempre à noite, porque o dia, pelo menos nessa vizinhança é dos corvos e dos esquilos. Eu cresci ouvindo os pássaros cantarem pela manhã, por isso acordar com berro de corvo é um troço meio esquisito. O bicho berra alto e sinistro pra cacete! Passarinho mesmo só canta aqui às 3 da manhã. Vai entender?!
Já a ‘esquilada’ da área faz um rebú danado. Especialmente dois que moram numa árvore em frente a minha janela. Viraram ‘Tico & Teco’, óbvio. Mas nunca sei qual é qual nem quando estão brincando ou saindo na porrada. É uma correria desenfreada, um atrás do outro, cheia de pulos acrobáticos e saltos em distâncias impressionantes. O principal motivo de estar falando sobre isso é que mesmo achando essa bicharada sui generis, acredito estar compreendendo melhor a organização anti-social da fauna local.
Outro dia eu estava na minha pequena varanda/sacada tomando uma cervejinha de fim de tarde, coisa de lei, quando fui surpreendido por um pombo dando uma carreira num corvo. Disse pra mim mesmo: “que raio de corvo frouxo é esse, deste tamanho, feio toda vida, correndo de um pombo??”. Dois dias depois, na mesma bat-varanda curtindo o mesmo bat-relax, me passa uma raposa batida com um corvo berrando na cola (não sei se foi o mesmo corvo, não deu tempo de perguntar!). "Pára tudo!! Que porra é essa??!! Tô ficando doido??? Mais??!!".
Olhei ao redor e vi que bêbado eu não tava, pois só tinha umas três latas por perto. Alguns minutos depois de pensar que já tinha visto de tudo nessa vida, ouço um dos esquilos aos gritos partindo pra cima de um pombo que ciscava perto do seu quintal. EU VI ISSO TUDO! Quem me conhece pode imaginar eu contando esse ‘causo’ ao vivo, rir da cena, mas sabe que eu não tô de brincadeira! Outros podem até me chamar de alucinado, mentiroso, bebum (não precisa ser nessa ordem...), mas o céu é testemunha! Nunca quis tanto que alguém estivesse filmando qualquer coisa sem motivo algum como nesses instantes pra lá de surreais. Nem Jacques Cousteau presenciou um flagrante da natureza numa escala dessas!!
Passada a euforia e total incredulidade por tal ‘fato sem fotos’, me convenci de que não tem pra ninguém nesse pedaço. É o esquilo quem manda nessa porra toda!! Botou pra correr o pombo que escurraçou o corvo que esculachou a raposa! Quem olha pro safado pode até pensar, “tão bonitinho, fofinho, inofensivo...”, mas eu é que não vou dar mais mole pra esse roedor parente do coelho assassino de “Monty Python em busca do Cálice Sagrado”. Por conta disso que agora eu tô aqui encomendando um kimono, malhando pesado, me benzendo antes de sair de casa e ter que lutar pela sobrevivência nessa ‘cadeia alimentar’ muito doida. Ainda mais hoje, sexta-feira 13!

terça-feira, 10 de abril de 2007

Boat's Race


Já se anunciava há algum tempo um grande evento de remo e afins neste último fim de semana em Putney Bridge, lado sudoeste de Londres. Mas o que chamou atenção mesmo nos cartazes fixados em todo o comércio da ‘high street’ foi o texto ‘3 dias de músicas ao vivo nos bares do bairro!’. E melhor: “de grátis!!”
Tava aí a oportunidade de ver gente pra tudo quanto é lado (esse evento anual é conhecido por toda cidade), tomar umas cervejas e conhecer uma penca de pubs de uma vez só. E tudo isso torcendo muito pra se fazer um final de semana com sol. Fez.
Perdi o primeiro dia, a sexta-feira, pois estava ralando pelo ‘mé’ nosso de cada dia. Mas já havia prometido que no sábado raro de folga eu iria às forras. Acordaria cedo pra curtir o lindo dia, muitas fotos, ‘gelol’, uma alegria só. Isso se eu não tivesse chegado do trabalho e encontrado meus caros colegas de copo já bêbados em casa e me esperando com uma garrafa de cana na mão. Foi.
Acordei dia seguinte numa seqüela do cão, todo torto e atrasado pro tal evento. Já que tava todo errado, abri uma pra rebater e relaxei. O que me fez tentar sair de casa mesmo foi o sol que parecia querer desertar. Depois do esforço sobre-humano, quase chegando na ponte onde era a largada, chegada, sei lá, dos barcos, botes, etc, fui atropelado pela multidão que denunciava o encerramento da coisa. Olhei pra mim mesmo meio puto, mas resignado pela natureza mais forte do que eu. Fui.
Parti pro meu interesse de fato que era conhecer o circuito etílico-músico-carnal que começava naquela hora. Todos, todos os bares com música ao vivo e de boa qualidade, alguns ótima. Destaque para o "THE BOATHOUSE", barzão de três andares, música de alto nível, terraço e o escambau (foto). A multidão se aglomerava nas portas, rodas se formavam em torno das serpentinas de cerveja nas ruas, filas nas barracas pra comer uns breguetes não identificados, mesas nas calçadas, gente bonita, mulher á balde..., “Uh, uh, uh, que Beleza” cantava eu lembrando do 'Síndico' com uma cara e sorrisos que escancaravam o meu estado 'one way'!
Se for descrever cada pub que entrei, as bandas e os repertórios, a mulherada (fora a porrada de gente estranha que aqui tem de sobra) e o prazer de tudo isso com um copo de 500ml na mão, vou me perder... Resumindo: dia lindo, regado, florido, sonzeira, doideira, esticados até as 2 da manhã no mesmo embalo. Domingo teve tudo de novo! Mas desse, infelizmente, não pude fazer parte porque tive que voltar à realidade e garantir um qualquer que pague as contas no fim do mês. É.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

'Here comes the Sun'


Cinco meses se passaram desde o meu maior chute no balde de todos os tempos até então. "Intensivão". Tenho vivido, ralado, aprendido mais nesse curto espaço de tempo do que nesses últimos anos. Talvez porque não me lembre mais o que aconteceu nos últimos anos tanto assim. Só no quesito "manguáça" não foi possível superar os famosos recordes estabelecidos na terrinha amada, esculachada, 'salve-salve', mas mesmo assim não perco as esperanças. Dizem que a gente evolui. Vamos ver. Ou beber uma gelada enquando isso como fiz ontem com meu amigo Rodrigo Furuta, o 'Mr.Fruit, assim chamado por mim e pelo Juba, companheiros de 'apertamento' na Ilha da Rainha. Desci do 'buzú' e o cara me esperava no ponto do cata corno gringo com um saco de cerveja gelada (artigo raro aqui). Grandes amizades surgem quando e onde menos esperamos. Tal iniciativa partiu do dia lindo que fez ontem e do bosque que há em frente ao nosso apê. Pelo fato do lugar estar bem abandonado para os padrões ingleses, ele é perfeito pra falar, gargalhar, cantar..., tudo berrado bem ao nosso estilo, claro! Mas como aqui as coisas funcionam, é bem provável que agora com o tempo começando a esquentar (faz 13 graus agora) alguém resolva reformar o local, acabando assim com o nosso refúgio cachaço-filosófico.