foto furuta

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Voltando à vaca congelada


Não me esqueci que comecei a contar sobre um certo bico no balde, mochilão, trem, viagem ao interior da Inglaterra, etc. Só tô sem tempo e tentando me recuperar da última ressaca, que como tantas outras, está demorando cada vez mais pra me largar.

Mas enquanto não consigo escrever sobre a ida à Bristol e arredores (gosto muito dos arredores...), aí vai um vídeo feito num bar muito legal da cidade e perto do hotel onde fiquei. Créditos pro Sandro 02 que estava com a câmera pronta pra momentos como estes, já que a minha tá sempre sem bateria ou disable de alguma forma.

Batíamos perna tentando conhecer o maior número de botecos possível quando fui fisgado pelo som que atravessava a esquina. De frente pro crime constatamos que lá rolava um jazz simpático, o nome do bar era super sugestivo, a cerveja gelada (um pouco cara, mas sem couvert, mais que justo), uma garçonete gatinha, um casal de meninas num amasso lindo de morrer, enfim..., altamente recomendável!

Pra quem quiser dar um confere: http://www.tantric-jazz.co.uk/

Em março eu conto o resto. Inté!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pau que nasce torto...

Hoje liguei pra casa e consegui algo raro. Falei com pai, mãe, irmã, cunhado, sobrinha, com o núcleo da família amada que marca presença diária na saudade que bate no peito numa tacada só. Mesmo tentando me esquecer de mais um carnaval perdido, não tive como não perguntar como foi tudo, quem ganhou esse ano na Sapucaí, se a cidade bombava, se ainda se festejava..., essas coisas que só o masoquismo explica.
Conversando com mamãe e recebendo as velhas recomendações não seguidas de sempre, me lembrei de uma foto 'das antigas' que depõe ao meu favor. Se não me absolve, pelo menos prova que essa minha felicidade ao ver o garçom trazendo uma ampola gelada não é de hoje!

A fome faz o Homem

Já era quase um adulto quando conheci abobrinha. Foi há muitos anos, quando comecei a morar sozinho e tinha que almoçar em pensão se quisesse fugir do fiel miojo que dividia comigo as alegrias e tristezas da minha nova vida de jovem “independente”. Pois é, era na “Pensão da Tia Cema” que eu parava depois de sair do colégio atraído pelo cartaz que oferecia uma carne, uma salada, e o melhor: arroz, feijão e farofa à vontade. Tudo isso por um irresistível baixo custo.
Pois bem, subia eu então quase todos os dias por aquela apertada e comprida escadinha para compartilhar com a plebe um lugar exagerado na simplicidade, composto por mesas compridas cobertas por um plástico xadrez vermelho (igual aos de encapar livro no primário) e garrafas gordas de água. Pagava na entrada em troca de uma ficha para pegar a fila que iria matar a minha fome internacionalmente respeitada. Talvez tenha sido um dos primeiros laboratórios que fiz como ator, mesmo que de forma involuntária, pois todos ali dentro eram personagens interessantes. Inclusive eu, sujeito que não via a hora da fila andar e alcançar a bandeja encardida pelo farto uso com direito a um prato, talheres e a uma tigela de aço inox.
Eu e meus desafortunados companheiros de perrengue nos postávamos em forma de bandejão e sorríamos de acordo com a aproximação das “tias” que faziam os pratos. Esticávamos os braços para que elas pudessem nos encher de alegria colocando o arroz, o feijão e a farofa até pedirmos pra parar. O meu problema, como o de alguns outros, e que eu nunca soube como fazê-lo. Vai ser olhudo assim lá longe!! Gostava de ver o feijão transbordando, a farofa formando aquele castelo de areia, e a tia perguntando-exclamando indignada: “Tá bom não, menino?? Deus me livre e guarde!!”. Eu só me dava por satisfeito quando começava a sentir o braço tremer pelo esforço ao sustentar aquele absurdo que eu insistia em chamar de refeição.
Como nem tudo são flores, as tias tinham uma forma de se vingar da minha gula implacável. Ao servir a carne (quase sempre um ensopado) e a salada (regada a vinagre pra disfarçar o que fosse), muitas vezes elas colocavam pra mim somente 'a conta' de comida, o que me fazia sentir desprivilegiado em relação ao faminto da frente. Eu mandava aquela 'choradinha', mas nem sempre funcionava.
Com o passar do tempo me tornei conhecido no recinto, fazendo assim uma certa amizade com as tias que sorriam ao verem me gabar daquele prato regado. Muita coisa que não imaginava comer quando moleque me fazia lamber os beiços lá na “Tia Cema”. Sentava ao lado de tudo quanto é tipo de gente, uma peãozada de fazer inveja à construção civil e a novela “Pantanal”. Aprendi técnicas fundamentais de sobrevivência nessa concorrida selva de pedra. Principalmente no que se refere ao manuseio e aplicação da argamassa feita com feijão e farinha. Aprendi como abraçar um prato e protegê-lo com toda a gana. Aprendi também a técnica do ancinho que consiste em “alargar” os dentes do garfo com a faca a fim de potencializar a capacidade de escavação da obra em questão.
Até o dia em que conheci a abobrinha. De cara não entendi por que gritavam pra cozinha pedindo abobrinha se o quadro negro lá embaixo ao pé da porta de entrada não citava a iguaria. Depois é que percebi se tratar da mais nova ajudante apelidada carinhosamente pelas tias pelo seu jeito meio mole, meio desconjuntada, meio nada demais de frente ou de costas. Mas uma coisa não se podia negar: como era cheirosa. Ela passou por mim um dia e mandei logo: “Nossa, que gostosura!”. A leguminosa olhou pra trás, deu um sorrisinho e respondeu: "Imagine temperada...!". Foi aí que o paio subiu, o azeite jorrou e a batata dela começou a assar. Engoli o famoso bate-entope em recorde jamais visto e parti pro banheiro, que coincidentemente, era dentro da cozinha. Ao entrar já a encontrei toda aberta, pronta para receber o bacon que aquela altura começava a virar torresmo. Então comi! Comi com gosto!! Me senti uma espécie de lagarta pondo seus ovos na horta. Nem os gritos que procuravam abobrinha me impediram de plantar a mandioca no meio daquele ambiente fétido que também guardava o estoque e os segredos daquela boa culinária.
Nunca mais nenhum cardápio me trouxe tanta satisfação. Anos depois a pensão fechou. Dela levei estórias e algumas baratinhas francesas de recordação. Tudo bem que graças a esse episódio não posso mais entrar em restaurantes “self-service” que tenham abobrinha no menu, pois só de sentir o cheiro fico super excitado e posso ter sérios problemas com isso, principalmente com quem segue na minha frente na fila. Mas o mais importante é que essa experiência me abriu os olhos para uma centena de possibilidades gastronômicas. Moqueca de Piranha, por exemplo. Mas vamos deixar essa pra um outro dia.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

"Carnival? What is that??"

É, é carnaval na terrinha!! Muito samba, mulher gostosa e enlouquecida, calor, praia, trajes mínimos, cerveja, etc. De todas as coisas, a única da qual não tenho saudade é da cerveja. Pelo menos nesse quesito aqui é dez! Nota DEZ!!!
Em Londres há o tão falado "Carnaval de Notting Hill", realizado desde 1964 no mês de agosto e originado das comemorações e festividades caribenhas, mas que não se compara com o que estamos acostumados, mesmo levando esse nome. Muita gente, muita confusão, mas a festa mesmo é chinfrim, coisa de gringo misturado com gente de tudo quanto é canto. Na última rolou uma espécie de arrastão de violência encabeçado por uma gente baixo nível e encachaçada respondido com muita porrada e prisões por parte do enorme pelotão de polícia treinado pra lidar com os famosos Hooligans. Cena triste num dia que deveria ser de festa, independente da falta de samba no pé. Eu não estava lá nesse dia, graças a Deus. Coisa pra se fazer uma vez só e olhe lá!
Como não é o meu primeiro carnaval tão longe de casa, menos pior. Ou não! O fato é que não quero ficar pensando nisso, lembrando ou viajando no que poderia estar fazendo ou destruindo na Terra Brasilis nesses dias de folia. Portanto, aproveitem por mim. Curtam tudo e todas, não se matem, pois outros ainda virão. Me aguardem, porque juntando a vontade com a saudade, a parada mais pra frente será sinistra. O bicho vai pegar!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Sim, talvez...

Ela estava sozinha, observando tudo sob a sombra dos próprios cabelos, contando as horas pra que ele chegasse. Na verdade, esperava por esse primeiro encontro há tempos. Chegou uma hora antes pra não correr o risco do atraso.
Fazia frio, mas estava Sol. Cachorros brincando, crianças rodeadas por babás trocando as estórias e fraldas de sempre. Casais namorando, gente andando, patinando, lendo, lanchando ou dormindo na grama morna como em qualquer dia claro no Hyde Park.
Teve tempo pra pensar em muitas coisas. No que a trouxe até ali, no que a fazia sentir-se tão diferente do que a cercava. Sonhos. Muitos.
A hora passou e ele não chegou. Começou a duvidar dele, duvidou de si mesma. Teria sonhado com aquele encontro? Sim. Mas teria sonhado que o tinha marcado? Talvez.
Esperou, esperou, em vão. Voltou pra casa, seu canto quieto e solitário procurando nada. Acendeu uma vela de cor, inspirou o aroma, e chorou se culpando por sonhar.
Nota do autor: Zero! Me senti um 'aprendiz' de Paulo Coelho! Argh!! O lado bom é que assim eu posso ficar rico...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A primeira onda a gente nunca esquece!



Tudo bem que eu sou um analfabeto virtual, digital, etc. e tal, que sou retardado quanto as novidades da web entre outras coisas mais, mas não quero nem saber se vocês já viram ou reviram o 'vídeo do David' trocentas vezes. Eu já acessei várias tantas e faço questão de colocar aqui pra poder exercitar meu espírito de porco quando bem quiser.
Pra quem ainda não viu ou não ouviu falar no moleque, David tem 7 anos e foi ao dentista arrancar um dente. Apavorado com o buticão do odontologista sanguinolento, teve que tomar uma dose extra de calmante. Resultado: chaparam a criança! ahahahahaha
Ver o moleque perguntando se o que estava acontecendo era a vida real ou se aquilo (onda desgraçada!!) iria durar pra sempre é que nem mastercard. Não tem preço!
E o pai, autor do vídeo? Tive uma identificação imediata com o sujeito! Através dele tive uma palhinha da minha porção paterna mesmo antes de ter filhos. Porque assim como o pai do garoto, posso até estragar a cria, mas perder a piada ..., isso nunca!