foto furuta

domingo, 4 de abril de 2010

Melhor do que isso, só dois disso!

Ano passado eu escrevi sobre a ida ao show do "Dave Matthews Band" na Brixton Academy e como assistir os caras ao vivo, e em Londres, foi ducacete. Lembro que no final do post eu disse que se eles voltassem e eu ainda estivesse por aqui não pensaria duas vezes e iria de novo. Pois é, dessa vez eles aportaram no O2 Arena, gigantesca como ela só, pra mais um showzaço com casa cheia e eu, como prometido, tava lá!!


Olha a cara de felicidade do sujeito na foto!! Ahahahahahaah


Tentei colocar o vídeo de uma das minhas favoritas aqui, mas o youtube desabilitou um bagulho lá que impede o feito. Vai o linkão mermo!


http://www.youtube.com/watch?v=oQ_Nf7yGxbc&feature=related


O ingresso do "Pearl Jam" já está comprado pro showzão em junho no Hyde Park!!


Rá de Luz!!

sábado, 27 de março de 2010

Mil palavras em Uma

Hoje eu acordei mais uma vez ainda de noite e antes de qualquer coisa, antes mesmo de abrir os olhos, o que me veio foi saudade.
O resto do dia foi pesado, de muito trabalho como vem sendo todos há tempos, mais pesado ainda por causa desse sentimento que nomeamos de uma maneira única, sem tradução fiel em outras línguas. Se tento explicá-lo aos gringos, preciso de horas e dezenas de exemplos pra tentar chegar perto do que realmente sinto. Talvez porque saudade não seja só um forte sentimento, mas muitos. Mistura de vários.
Saudade da minha família, da risada com os olhos cheios d'água da minha mãe, dos papos-cabeça-cinéfilos-históricos-analíticos do meu pai, dos abraços e carinhos apertados dos dois. Saudade dos meus irmãos, da minha irmã, de tudo neles. Saudade dos meus sobrinhos e dos dias em que eles procuravam o meu colo com certeza já esquecido com o passar dos anos.
Saudade dos meus amigos e da época em que eu achava que tinha os melhores, ou os piores, e que acreditava ser impossível viver sem eles.
Viver sem... Quantas coisas eu já disse que seriam impossíveis de se "viver sem" e que hoje viraram... saudades.
Saudade da minha outra metade que por hoje não existir me faz pensar que nunca a tive. Meu outro lado da cama está frio e seus travesseiros perderam os cheiros que me lembravam algo inteiro.
Saudade do sol, da praia, das cachoeiras, dos dias lindos que por serem rotineiros quase não me viam dar o ar da graça por preferir a noite embebida em boemia. Saudade dos violões que não precisavam pedir pra serem tocados e das rodas que se faziam em torno deles.
Saudade de mim mesmo, porque sem isso eu não sou mais. Continuar tão distante, buscando algo que não se sabe ao certo o quê e por tanto tempo, num lugar tão diferente de tudo já vivido antes causou mudanças que demorarão anos pra quantificar. Não, não mudei de sexo (já me adiantando pois conheço quem me lê!).
Sexo... Saudade do sexo salgado de praia, da marquinha de biquini estratégica, do gingado e bronzeado inexistentes por aqui em contraste com a abundância das bundas abundantes da terrinha.
Saudade das piadas prontamente entendidas e engraçadas de fato. Do tempo em que se juntava um povo feliz apesar dos pesares em esquinas e quintais pra comemorar qualquer coisa ou bebemorar tudo. Dos fins de semana regados à risadas e discussões calorosas do relevante à baixaria. Das barrigas à beira da churrasqueira e das mãos pescando as latinhas no meio do gelo. Barriga. Enfim uma coisa da qual não sinto a menor saudade.
Saudade de quando eu achava que devia ter mais fé e ser menos teimoso. Fé que cresceu, teimosia que cresceu junto. Hoje não sei mais onde termina uma e começa a outra ou o que é exatamente o quê.
A minha saudade é plural. Multiplica, amplifica, petrifica.
Saudades dos dias em que a saudade era algo mais fácil de ser 'matado', resolvido, de quando não doía tanto, não me batia o tempo inteiro até a hora de dormir, me atormentando o sono e os sonhos, me fazendo acordar sentindo nada além dessa 'palavra-resumo' de tantas coisas, me deixando somente a vontade de me livrar do que não se transfere, me ensinando a conviver com isso tentando explicar o que não tem tradução.