Era dia de folga e a meteorologia anunciava ser o único sem chuva da semana. Só isso já merecia um evento, ainda mais se esse fosse o Grand Slam mais famoso do tênis mundial. A gente passa a vida ouvindo falar de Wimbledon, Roland Garros, vendo as partidas ou flashs pelo Globo Esporte, Esporte Espetacular, etc., e nunca se imagina dentro do circuito em si. Pois é, essa é mais uma estória que vou levar daqui.
Eu, Juba e 'Larica' (a namorada ucraniana do meu amigo, que por se chamar Laryssa ganhou o apelido) acordamos cedo porque a fila pra entrar no 'complexo wimbloudense' é famosa pelos seus kilômetros e pela curtição que rola nesse pré. Chegamos às 7:30 mais ou menos (é aqui do lado de casa) e pegamos um lugar considerado ótimo. Como não podia deixar de ser, a coisa é organizadíssima e à prova de brasileiros ou outros 'malandros' furadores de fila. Uma hora e meia que passaram rápido pela quantidade de gente diferente, jornais, brindes, promoções, enfim, festinha pra distrair a galera. Chegando nas roletas tivemos a triste surpresa de que não poderíamos entrar com nada daquilo que ganhamos no trajeto da filona. Resultado: pilhas de bolas de tênis, binóculos e outras bugingangas barrados na porta.
O ingresso custou 18 libras. Esse é o preço do que podemos chamar 'da geral', pois Wimbledon é um complexo enorme, um clube gigante com dois grandes estádios (No. I Court e Center Court), um outro menor (No. II Court) e mais 19 quadras. Nesses estádios é onde jogam os cabeças de chave, 'as estrelas', e por isso, são pagos à parte. Se quiséssemos assistir ao Federer, Nadal, as irmãs Williams ao vivo, teríamos que desembolsar mais 30 ou 40 contos por isso. Como tênis é um troço reconhecidamente chato (ao vivo é bem menos!) e eu não tenho dinheiro pra essas extravagâncias, já estava me sentindo muito feliz só de estar ali viajando naquele mundão da bolinha.
As outras 19 quadras são todas abertas ao público e coladas uma na outra. Você pode olhar pra esquerda e ver uma partida, olhar pra direita e assistir mais num sei quem jogando. Escolhemos uma das maiores quadras 'plebéias' pois quem abriria o dia nesta seria o 'ex-campeão do mundo', o russo Marat Safin (se alongando na foto). A partida foi muito boa e ele só não perdeu porque sentou a porrada o tempo todo. Muito legal o antes, o durante e o depois da partida em si, pois a coisa é de uma tradição enorme e ver como funciona a parada é pra lá de interessante. Mais ainda quando você se dá conta de onde está e que há tão pouco tempo isso era impensável acontecer.
Decidimos que o lance era ficar zanzando entre as partidas, quadras, e curtir ao máximo a festa. O lugar é muito bonito e a estrutura de cair o queixo da matutada. Tem museu, shopping, restaurantes, praças, tudo no mais alto nível. Fomos em direção à quadra central onde jogavam dois famosos da vida e nos deparamos com uma multidão assistindo a partida do lado de fora em frente a um telão gigante (o maior e melhor que já vi até hoje!). Todo mundo curtindo aquilo regado a champagne, vinhos e pic-nic em geral. Nós levamos um lanchinho básico mas totalmente sóbrio, pois eu tinha certeza que barrariam minha garrafa de qualquer coisa alcoólica na entrada. Esqueci que estava indo pra algo extremamente civilizado e 'chique a valer' onde lanchar na grama se faz com talheres de prata e bebidas em taças. Claro que não eram tantos adeptos dessa frescuragem assim, mas que tinha isso, tinha. Muita gente não vai pelo esporte em si (como eu), mas pelo evento, pela tradição da coisa, ou simplesmente pra dizer que foi. Outros companheiros de farofa-chic poderiam estar lá dentro do estádio, mas certamente não é tão bom e 'charmoso' quanto estar cercado de gente de todos os cantos do mundo, tomando seu Bordeaux com queijos, salames, etc.
Foi então que finalmente vi uma boa alma passando com alguns baldes de cerveja e tudo mudou pra mim. O dia nublado pareceu-me radiante e a grama das quadras viraram areia fina da Praia do Forte. E o mais impressionante foi que parti rumo a um dos tantos bares de lá sabendo que tomaria uma facada tamanha a quantidade de gente rica ali. Quando perguntei pelo preço da cerveja e a simpática moça me disse '3,30' (mesmo preço médio de um pub) abri um sorriso de orelha a outra. Quando bebi aquela loira extremamente gelada pensei estar quase em casa! Foi a cerveja mais gelada que bebi aqui até hoje! Foram, quero dizer.
É, o primeiro Grand Slam ao vivo a gente nunca esquece (graças as fotos e aos amigos que fazem questão de te lembrar 'os acontecidos' no dia seguinte).
8 comentários:
Inveja pouca é bobagem, né...
hahahahaha
Abração, Loucura!
Cara... nem comento o que sinto por vc ter ido a Wibledon... vc só esqueceu de mencionar que cruzou (no bom sentido) com o Lari Passos e deu um beijo na careca dele... Super, eu tb achava tênis chato pra caralho... até eu comprar uma raquete e todo o material completo no início deste ano e começar a jogar... é um dos esportes mais completos que tem... movimenta, braço, quadril, abdômen, fora o condicionamento que te dá... ajuda na concentração, acuidade visual, reflexo.... um vício só... vício mesmo!!! Eu, Bressan e Juninho jogamos de 3 a 4 vezes por semana... as peladas ficaram em segundo plano... joga-se 3 horas e vc não tem vontade de parar!!! Recomendo a todos! Bom, mas tudo isso, é pra te dizer que, se estiver aí ainda no ano que vem, eu te arrumo uma credencial e vão sobrar 18 pounds pra vc encher os corninhos, pois vou estar representando o Brasil no torneio... hauhauhauahuahuah ... mande mais fotos p/ e-mail... bjão meu irmão!
PS.: Chamapagne e vinho em tacinhas na grama... ô coisinha de fresco... só inglês mermo... fiááááááááááááá
Malandragem, foi show de bola! Depois de ver de tão perto a nata fiquei com vontade de jogar também. E aqui é fácil achar uma quadra. Se eu chegar a jogar a metade do que eu jogava ping-pong, vou me tornar uma versão etanol do Boris Yeltsin, quer dizer, Becker!
Mas falando em frescura..., esse negócio de 'acuidade visual' pra mim é coisa de quem tem miopia na olhota!! Fiááááááááá!!!!! Ahahahaha
Beijão, ó Raça Ruim!
Pô, e esse negócio de "movimentar o quadril"????
Ô Gulé, tô te estranhando...
hahahahahaaha
Cara....eu estava lendo os posts dos amigos antes de dar meu comentário sobre sua aventura em Roland Garros, quando de repente leio o post do meu amigo velho Gulé....(ai, ai, a gente se surpreende com cada coisa aqui): "movimentar quadril, acuidade visual"... Pronto! Já me desconcentrou de toda e qualquer resposta ou observação que eu faria sobre o belíssimo espetáculo que nosso amigo Beto compartilha nos mínimos detalhes com a gente.
Vou ficar apenas na parte do pic-nic regado a Bordeaux (porque cerveja não faz descer essa que eu li, não!) e queijos, para poder digerir as "obs" do nosso amigo Gulé. Deixo as outras obs. para o post II.
OBS: Ôôô Gulé!!! Vc esqueceu de dizer que enrijece os glúteos também!
bjs,
Natalyyy
Nat... Roland Garros é o Grand Slam da França... FRANÇA!!! Por sinal, lugar mais fresco ainda... aí seria demais!!! Uma raquetada na bunda de todos vocês! Genô.
Ops...é verdade amigo! Vc é mto mais entendido desse esporte do que eu! É que, eu que já não sou nem um pouco entendida nesse esporte,como vcs puderam perceber, depois de ler sua pérolas, acho que me empolguei e me reportei para esse local mais fresco, onde segurar na raquete e acertar na bolinha é a sensação...ainda tem que dar um desconto pela cor dos meus cabelos...pq Wimbledon e Roland já é demais para meus neurônios!
Pra finalizar com biquinho:
baiser,
mon amour!
Quem diria !!! Meu irmão que uns anos atrás dizia que este esporte era coisa pra riquinhos que não sabem o que é prazer, hoje tira onda no evento mais importante do mundo dos tenistas!
Isso aí garoto, mudança radical!
Bjs
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