DRINKING WITH PETER
Como se sabe, tudo tem uma primeira vez e palavra não é o meu forte. E apesar de escolado, formado e ministrando aulas no curso de pós-graduação da Universidade da Manguáça, não sou adepto da política de entornar um copo desacompanhado. Mas volta e meia, sem maiores surpresas, fraquejo e caio em tentação. Decido beber, sentar num boteco sozinho, e meio sem querer, escrever. Não nessa mesma ordem, mas enfim, estou aqui “nesse momento lindo” sem muito e com quem falar, mas com vontade de dizer alguma coisa (por que raios eu falei de primeira vez se nem me lembro quando fiz disso algo inédito?!). Em homenagem então, um grande gole pra molhar a beiça e enxaguar as idéias...
"Vejo relâmpagos que trazem flashes de muitos momentos. Uns mais felizes do que outros, mas na sua maioria, são relâmpagos de felicidade em uma grande tempestade. Não que os motivos de felicidade tenham sido tão rápidos como os traços de luz que cortam o céu, mas porque foram intensos, e muitas vezes, brilhantes. Não penso em tempestade como tragédia ou confusão. Digo isso porque normalmente tempestades são avassaladoras, como são os sentimentos que nos fazem, nos descrevem, nos dominam, nos derrubam e levantam. Basta raciocinar um pouco e ouço trovões. Medo de criança tomando o ser. A diferença é que o corpo não responde ao medo. Talvez somente os olhos.
Olhos que vêem a verdade como algo não só cruel, mas também covarde. Destruidora dos sonhos inspirados na inocência perdida e dos argumentos usados contra a conspiração do banal que nos cerca. Tal afirmação me faz um pessimista pensando alto. Pode ser a rejeição à idade. O chamado “Complexo de Peter Pan” (o meu “preferido”, de fato). Sonhos de um moleque de quinze anos se transformando nos temores de um homem que passou dos trinta. São as dúvidas que nos cercam e que fazem o amanhã variar entre o “eu vou conseguir” e o “seja o que Deus quiser” de todos os dias.
Se a história se repete, não há novidades. O problema é que, na maioria das vezes, vemos a história como platéia e não como atores. Fazer o quê? Se não somos os primeiros, também não seremos os últimos. Um maior controle sobre a troca desses papéis é privilégio dos atores mais antigos, mais experientes. É o velho e manjado “ciclo da vida”. Uma daquelas coisas que somente o tempo nos mostra e traz. Bagagem, estradas, viagens...
Último suspiro, última visão, último copo da saideira. Mais relaxado, com o sangue misturando-se ao álcool majoritário, sorrio e fecho os olhos para o realismo. Dou lugar aos devaneios que poderão me levar a lugares diferentes, aos sonhos, ao romantismo. Mais fácil falar desse do que do outro. Melhor deixar isso pra depois.
O ideal mesmo seria encontrar o melhor fim, se possível ainda no meio, ou com muita sorte, no começo. Identificar e cativar não importa exatamente quando, desde que o objetivo mereça. Agarrar-se ao que faz feliz como um cachorro ao osso roído que ninguém consegue tirar. Felicidade antes do fim, ou final feliz, ou vice-versa, ou vice-vice, ou sei lá o quê. “Fundamental é mesmo o amor...”, como escreveu o maestro em Tom Maior".
Enquanto a última, melhor dizendo, a saideira da saideira não chega, a gente vai caminhando, acaba esquecendo a primeira, a segunda, a terceira vez, e no fim das contas, a história continua.
Olhos que vêem a verdade como algo não só cruel, mas também covarde. Destruidora dos sonhos inspirados na inocência perdida e dos argumentos usados contra a conspiração do banal que nos cerca. Tal afirmação me faz um pessimista pensando alto. Pode ser a rejeição à idade. O chamado “Complexo de Peter Pan” (o meu “preferido”, de fato). Sonhos de um moleque de quinze anos se transformando nos temores de um homem que passou dos trinta. São as dúvidas que nos cercam e que fazem o amanhã variar entre o “eu vou conseguir” e o “seja o que Deus quiser” de todos os dias.
Se a história se repete, não há novidades. O problema é que, na maioria das vezes, vemos a história como platéia e não como atores. Fazer o quê? Se não somos os primeiros, também não seremos os últimos. Um maior controle sobre a troca desses papéis é privilégio dos atores mais antigos, mais experientes. É o velho e manjado “ciclo da vida”. Uma daquelas coisas que somente o tempo nos mostra e traz. Bagagem, estradas, viagens...
Último suspiro, última visão, último copo da saideira. Mais relaxado, com o sangue misturando-se ao álcool majoritário, sorrio e fecho os olhos para o realismo. Dou lugar aos devaneios que poderão me levar a lugares diferentes, aos sonhos, ao romantismo. Mais fácil falar desse do que do outro. Melhor deixar isso pra depois.
O ideal mesmo seria encontrar o melhor fim, se possível ainda no meio, ou com muita sorte, no começo. Identificar e cativar não importa exatamente quando, desde que o objetivo mereça. Agarrar-se ao que faz feliz como um cachorro ao osso roído que ninguém consegue tirar. Felicidade antes do fim, ou final feliz, ou vice-versa, ou vice-vice, ou sei lá o quê. “Fundamental é mesmo o amor...”, como escreveu o maestro em Tom Maior".
Enquanto a última, melhor dizendo, a saideira da saideira não chega, a gente vai caminhando, acaba esquecendo a primeira, a segunda, a terceira vez, e no fim das contas, a história continua.