Essa é a saideira da 'Sessão Flash-Back'. Pretendo arrumar tempo pra voltar a escrever sobre minha passagem pela 'Terra da Beth', tirar novas fotos, conhecer novos lugares, mandar notícias para a família e amigos ''do outro lado de lá", enfim, pretendo mas não prometo nada.
E esta é dedicada à Paula Gampert, amiga de infância/adolescência em São Pedro da Aldeia, 'resgatada' pelo orkut e que docemente se dispôs a atender ao meu pedido pra que tirasse fotos da nossa querida Lagoa de Araruama e ilustrasse esse post, pois inacreditavelmente não tenho registro desse lindo pôr-do-Sol na 'nossa' Praia do Sudoeste que meu pobre resquício de memória insiste em guardar. Obrigado, Paulinha! Tá guardado no coração (porque o cérebro...)!!
CRÔNICA À BEIRA DA LAGOA
Faz tempo, mas me lembro como se fosse hoje de um dia passado no balneário que tanto gosto, reencontrando amigos, molhando raízes. Ri de estórias, causos, personagens folclóricos naquelas rodas formadas por estranhos e conhecidos. Nessas rodas a gente encontra muitos tipos. Gente "letrada", outras bem informadas e até as mais simples. Essas últimas são as melhores de se reencontrar. Fala-se de política, futebol, mulheres, mentiras... . Parece redundante, mas não é. O melhor mesmo, além de conhecer e rever certas figuras é rir dos "acontecidos" sempre inusitados. Volta e meia alguém tira uma dessas pérolas do fundo do baú e todo mundo se acaba. É risada garantida! Nesse dia, num intervalo entre uma risada e outra, uma dessas figuras, um humilde pescador, olhou pra todos os membros daquele "Encontro da Lorota" e perguntou expirando seus anos já vividos: "O que é o amô? Cês sabe o qué o amô?!"
Não sei de onde ele tirou isso, já que o que se falava não tinha nada a ver com esse papo. Mesmo assim, todos se olharam como se esperassem uma resposta. Fiquei quieto observando a cena pensando que aquilo pudesse ser uma piada. Nem pensei em arriscar responder porque não queria dar o gosto de rirem da minha cara. Mas o velho estava sério e me olhando. De um jeito qualquer, os outros disfarçaram e quando vi, a batata quente estava na minha mão. Eu poderia tentar dar uma volta, “filosofar” sobre o assunto, mas fiquei curioso e disse que não sabia. O pescador apontou o dedo em minha direção e depois para cada um que estava ali enquanto dizia: “Pra quem num sabe, esse é o nome duns lugar escondido nuns canto do coração, onde cabe uma só pessoa”.
Eu abaixei a cabeça e sorri. Os outros se olhavam e concordavam com o velho que se gabava pela atenção que todos lhe davam. Bastou isso para que ele ganhasse confiança e começasse a falar de suas aventuras pesqueiras e sucessos amorosos. Cativou a todos. Não pelos exageros e mentiras notoriamente reconhecidos da profissão, mas por conseguir nos fazer ver a “lonjura” da estrada que temos pra andar e que nem tudo é estória de pescador.
Um comentário:
Tá ficando bom nessa história de crônica! Será que é o "amô"????
E por falar nisso, "tiamu"!!!
Saudadeeeee...não é novidade, mas nunca é demais dizer...
Natalyyy
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