Hoje eu acordei mais uma vez ainda de noite e antes de qualquer coisa, antes mesmo de abrir os olhos, o que me veio foi saudade.
O resto do dia foi pesado, de muito trabalho como vem sendo todos há tempos, mais pesado ainda por causa desse sentimento que nomeamos de uma maneira única, sem tradução fiel em outras línguas. Se tento explicá-lo aos gringos, preciso de horas e dezenas de exemplos pra tentar chegar perto do que realmente sinto. Talvez porque saudade não seja só um forte sentimento, mas muitos. Mistura de vários.
O resto do dia foi pesado, de muito trabalho como vem sendo todos há tempos, mais pesado ainda por causa desse sentimento que nomeamos de uma maneira única, sem tradução fiel em outras línguas. Se tento explicá-lo aos gringos, preciso de horas e dezenas de exemplos pra tentar chegar perto do que realmente sinto. Talvez porque saudade não seja só um forte sentimento, mas muitos. Mistura de vários.
Saudade da minha família, da risada com os olhos cheios d'água da minha mãe, dos papos-cabeça-cinéfilos-históricos-analíticos do meu pai, dos abraços e carinhos apertados dos dois. Saudade dos meus irmãos, da minha irmã, de tudo neles. Saudade dos meus sobrinhos e dos dias em que eles procuravam o meu colo com certeza já esquecido com o passar dos anos.
Saudade dos meus amigos e da época em que eu achava que tinha os melhores, ou os piores, e que acreditava ser impossível viver sem eles.
Viver sem... Quantas coisas eu já disse que seriam impossíveis de se "viver sem" e que hoje viraram... saudades.
Saudade dos meus amigos e da época em que eu achava que tinha os melhores, ou os piores, e que acreditava ser impossível viver sem eles.
Viver sem... Quantas coisas eu já disse que seriam impossíveis de se "viver sem" e que hoje viraram... saudades.
Saudade da minha outra metade que por hoje não existir me faz pensar que nunca a tive. Meu outro lado da cama está frio e seus travesseiros perderam os cheiros que me lembravam algo inteiro.
Saudade do sol, da praia, das cachoeiras, dos dias lindos que por serem rotineiros quase não me viam dar o ar da graça por preferir a noite embebida em boemia. Saudade dos violões que não precisavam pedir pra serem tocados e das rodas que se faziam em torno deles.
Saudade de mim mesmo, porque sem isso eu não sou mais. Continuar tão distante, buscando algo que não se sabe ao certo o quê e por tanto tempo, num lugar tão diferente de tudo já vivido antes causou mudanças que demorarão anos pra quantificar. Não, não mudei de sexo (já me adiantando pois conheço quem me lê!).
Sexo... Saudade do sexo salgado de praia, da marquinha de biquini estratégica, do gingado e bronzeado inexistentes por aqui em contraste com a abundância das bundas abundantes da terrinha.
Saudade das piadas prontamente entendidas e engraçadas de fato. Do tempo em que se juntava um povo feliz apesar dos pesares em esquinas e quintais pra comemorar qualquer coisa ou bebemorar tudo. Dos fins de semana regados à risadas e discussões calorosas do relevante à baixaria. Das barrigas à beira da churrasqueira e das mãos pescando as latinhas no meio do gelo. Barriga. Enfim uma coisa da qual não sinto a menor saudade.
Saudade de quando eu achava que devia ter mais fé e ser menos teimoso. Fé que cresceu, teimosia que cresceu junto. Hoje não sei mais onde termina uma e começa a outra ou o que é exatamente o quê.
A minha saudade é plural. Multiplica, amplifica, petrifica.
Saudades dos dias em que a saudade era algo mais fácil de ser 'matado', resolvido, de quando não doía tanto, não me batia o tempo inteiro até a hora de dormir, me atormentando o sono e os sonhos, me fazendo acordar sentindo nada além dessa 'palavra-resumo' de tantas coisas, me deixando somente a vontade de me livrar do que não se transfere, me ensinando a conviver com isso tentando explicar o que não tem tradução.
9 comentários:
Minha saudade tb é plural, amigo! Mas, sem dúvida, a pior delas é a eterna...e a nossa não é!!!
AMEI!!!!
LOV U!
NATALYYY
"Tudo vale a pena se..."
Fernando (Lima, que é Pessoa, sem ser O)
Grande Robertao! Meu velho brother!
Nunca deixei um recado por aqui, mas sempre ando lendo teu blog... pode acreditar!
Saudade, fe, teimosia... algo que conhecemos muito bem, brother. Convivemos com eles sempre e deles fazemos nossa companhia mais presente e nossa existencia.
Bicho, ler isso, lembrar de anos atras, de vc, do Juba, me dao uma forca do caralho... vcs sao exemplos de forca sem comparacao, entre os maiores que tenho.
Fica aqui um registro-mistura de admiracao e amizade verdadeira.
Grande abraco e tamo ai!
caminhando com fe...
Mr. Fruits
Graaaaaande Fruuuuuits!!
Pois é, mermão, vc está incluído nesse pacote de saudades. Guardado pra sempre no coração pela amizade marcada pela nossa chegada juntos nessa terra, pelo primeiro inverno congelante, Natal além-mar, fora as dezenas de caixas de cerveja Super-Size que matamos juntos...
Tu tá sempre presente, malandro. Ontem mesmo tomei umas com o Juba depois de muito tempo, sabe aonde? BoatHouse, Putney Boat's Race, ouvindo aquela banda com casa lotada! Falei de vc, lembrei que a primeira vez que fui há 4 anos atrás a gente tava junto no mesmo lugar.
Vi suas fotos de praia no orkut e to babando até agora. Não deixei comentário pq não consegui! rs. To combinando com o Juba da gente ir juntos pro RJ. Quero te receber por lá!!
Abraço apertado e fica com Deus, mermão!!
Lindo post!!!!!! Sabe q tenho acordado com saudade ultimamente?!? Muitas saudades...mas vamô q vamô, né???!!!
Que bom que vc tem acordado..., pq eu não tenho nem dormido!! rsrs
E lá vamos nós!!!
Meu irmãozaço de coração, de sintonia, de cachaça e, depois desses anos todos, porque não... de sangue!
A saudade é imponderável, porém só nós conseguimos definí-la... as minhas são infinitas e doloridas, pois não encontro em ninguém aqui com a nossa sinergia!
Choreeeeei!
Te aguardo aqui!
Bjão!
Cara, vc tá com saudade de quando era homem? Não, né!?
huahauhahauhaua
Abracetas, Loucura!
Olá Roberto!
Tenho acompanhado seu blog e principalmente o do Joás, danado que ando de vontade de mudar prá Londres... estive aí com a família em fevereiro, e estamos planejando minuciosamente como aportar por aí em definitivo em alguns anos, prá tentar aproveitar o que há de bom e tentando, com a ajuda de pioneiros como vcs, fugir ao máximo dos erros evitáveis.
Belo post, poético, bem escrito. Espero que as coisas boas acabem valendo mais a pena. Sentir saudade é muito bom, mas o importante é a luta ser melhor ainda.
Forte abraço,
João Affonso
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