foto furuta

sábado, 29 de março de 2008

“Hoje eu fiz, amanhã vocês fazem”


Se tivéssemos rezado pedindo uma coisa dessas acho que jamais aconteceria. O cara estava a caminho de um almoço em família em outra cidade a vários quilômetros dali e estava dispensando seu tempo com uns perdidos vindos do outro lado do Atlântico. Surreal.
Depois de contar como foi seus tempos de moleque por ali, sobre quando meninos estudavam numa parte da escola e meninas na outra, etc., ele nos deixou no ponto de ônibus e se despediu sob dezenas de agradecimentos dos três. O ponto ficava numa área bem residencial mas quase deserta. Todo mundo trancado em casa. Também, domingo e frio daquele jeito, sair pra quê?
Ficamos esperando o cata-corno por uma meia hora e nada. Estávamos de saco cheio e preocupados com a hora que passava. Afinal, iríamos embora cedo na manhã do dia seguinte e havíamos nos prometido várias saideiras no Cavern. Já batia aquela aporrinhação e cansaço quando parou um carro na nossa frente. Ninguém acreditou naquilo. O ‘Anjo Ian’ voltou!! Perplexos, perguntamos o que tinha acontecido, o que fazia ali de volta e ele respondeu: “voltei pra fazer o que devia ter feito há meia hora atrás”. Não gosto de fazer as coisas pela metade. Entrem no carro que eu vou deixar vocês no centro”. Quase chorei, sem sacanagem! A gente se olhava sem acreditar naquilo e no gesto do nobre senhor que durante o caminho disse que não precisavamos agradecer tanto, só fazer o mesmo por alguém um dia. Achei aquilo muito bonito, gesto de solidariedade e boa vontade do mundo, parárá..., mas não podia dizer pra ele que no Brasil não rola, que lá é que infelizmente não seria. Tô mentindo?!
O ‘anjo que caiu do céu’ propôs nos deixar no hostel ou onde quer que quisessemos. Eu queria ter uma lembrança da terrinha pra poder presentear o cara, ou poder mandar um postal lindão daqueles pra ele, mas o cara não queria nada, só mesmo completar aquela ‘missão’ e sumir do mapa, virar memória. Quando falamos sobre a ‘despedida do Cavern’ ele logo sugeriu nos deixar lá. Aí já era demais, porra! Olhei pros amigos no banco de trás e disse que tava bom demais, que não precisava ele pegar aquele trânsito todo do centro. Concordamos na hora. Antes que ele insistisse eu disse: “ ‘Seu’ Ian, o senhor pode parar aqui mesmo que pra gente tá perfeito!”. Perfeito porque eu já conhecia aquela rua e sabia que tinha um pub logo ali. O cara parou, apertou a mão de todos, desejou boa sorte, nós boa viagem, e foi-se. Entramos no pub, pedimos uma rodada, brindamos em nome do nosso ‘anjo da guarda’ e agradecemos a Deus pelo presentão de domingo, pela aula de tudo. Piegas? Pode até ser. Mas tá guardado. Valeu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que show!
Milagres acontecem. E quando estamos em busca de sonhos, muitas vezes nossos anjos podem aparecer pra gente e nos ajudar. Não tenho dúvida de que isso aconteceu pra vc!
Viva intensamente cada minuto desse sonho! Porque... "o sonho não acabou", como diria Jonh Lennon.

bjs e + bjs!