Acho que já escrevi que nessa terra as coisas acontecem muito rápido, que a dinâmica da parada é forte, e como diria o ‘Velho Celso’, “o ritmo do som é pesado”. É praticamente impossível postar os “Fatos & Fotos” como gostaria, tentar manter a família e amigos informados sobre o que rola e atropela, ainda mais sendo sabotado pela minha memória de orangotango acéfalo everytime.
Fui ao médico recentemente tentar tratar da minha esclerose galopante ansioso por uma palavra de esperança, um diagnóstico positivo na reversão do meu processo sem recursos. Palavra monossílaba de preferência já que tá feia a coisa pra lembrar qualquer bagulho, of course. Cheguei no hospital, preenchi os formulários e fui encaminhado a sala de espera. E bota espera nisso! Como não era nenhuma emergência me deixaram lá com uma pilha de revistas e de frente pra televisão um bom tempo, talvez esperando que eu esquecesse o que tinha ido fazer lá e fosse embora. A sorte é que caí no sono e só acordei quando alguém berrou algo parecido com o meu nome num sotaque estranho.
Daí fui encaminhado a um médico figura, um indiano de nome impronunciável (não lembro mas sei que não entendi nada) com umas 6 consoantes em 8 letras, mas que demonstrou alguma atenção ao meu problema depois de ouvir três respostas diferentes pra mesma pergunta.
Depois de um pequeno questionário e alguns testes de memória (ainda bem que não valia dinheiro) ele ficou convencido de que o meu quadro clínico-psicoescalafobético merecia maiores cuidados. Me perguntou então se eu comi peixe quando era criança. Respondi: “muito, quase todos pescados na Lagoa de Araruama ou na Baía de Guanabara”. Mesmo desconhecendo os lugares o cara demonstrou uma certa preocupação quando tentei descrever em que pé anda a coisa por lá. Fucked!
Ele disse então haver drogas pra esse tipo de enfermidade, algumas ainda em teste (conheço gente que já fez uma grana servindo de cobaia por aqui) e que podeira prescrever algumas se eu quisesse. Respondi que não, que droga por droga já basta meu presidente, que a cerveja me completa, e que eu tava lá pra tentar resolver e não pra complicar.
Foi quando começamos a jogar papo fora falando sobre o Brasil, futebol, carnaval e me bateu uma sede 'disgramada', uma vontade de tomar uma gelada com camarão frito na beira da praia, de curtir a paisagem indo e vindo miseráveis. Ele percebeu os sintomas/baba/espasmos de bate-pronto e me receitou uma passagem pra Terrinha por um mês pra recarregar as forças e descarregar a pressão. Expliquei pro Doctor que isso estava fora de cogitação no momento. “O problema é que eu me conheço. Se eu for de visita, fico por lá!”, disse eu ao adepto dos Filhos de Gandhi.
Contei pra ele que tenho um projeto sócio-cultural-etiliconográfico sendo realizado por aqui e que só largo a barra da saia da Beth depois de cumprí-lo. Comprei equipamento pra filmar, fotografar, gravar, anotar, registrar toda a experiência vivida em terras gringas pra isso. Meu problema é que sempre esqueço tudo em casa.
Foi daí que o discípulo de Shiva teve uma idéia que de tão brilhante iluminou todo o recinto perfumado com incenso de éter:
- No seu caso o mais recomendável seria uma enfermeira, pra além dos cuidados clínicos, também poder carregar toda essa parafernália e garantir a salvação de algum resquício do seu passado recente.
- O quê!? Enfermeira!? – exclamei eu com ênfase na question mark. Refleti por alguns segundos e continuei:
- A idéia até que não é má, mas há possibilidade dessa enfermeira ser sueca, loura (quase um pleonasmo!), com fluência na língua, especialista em massagem tântrica e terceiros socorros depois da quinta? Afinal, cuidado nunca é demais...
- Acho que não temos suecas em nosso quadro no momento. Algum problema se for tcheca? – retrucou o adorador de vacas.
- Nenhum, caro Doutor, sou um cara multiculturalizado, easy going total!
- Então preencha essa solicitação que eu encaminharei ao Setor de Neurologia e Outras Demências e em breve faremos contato – finalizou o dogged garranchando o papel.
Perfect! Saí de lá rindo à toa sem lembrar direito o por quê. Nunca pensei que ficaria feliz por seguir recomendações médicas e mergulhar profundamente de cabeça num tratamento. That’s it!!
Fui ao médico recentemente tentar tratar da minha esclerose galopante ansioso por uma palavra de esperança, um diagnóstico positivo na reversão do meu processo sem recursos. Palavra monossílaba de preferência já que tá feia a coisa pra lembrar qualquer bagulho, of course. Cheguei no hospital, preenchi os formulários e fui encaminhado a sala de espera. E bota espera nisso! Como não era nenhuma emergência me deixaram lá com uma pilha de revistas e de frente pra televisão um bom tempo, talvez esperando que eu esquecesse o que tinha ido fazer lá e fosse embora. A sorte é que caí no sono e só acordei quando alguém berrou algo parecido com o meu nome num sotaque estranho.
Daí fui encaminhado a um médico figura, um indiano de nome impronunciável (não lembro mas sei que não entendi nada) com umas 6 consoantes em 8 letras, mas que demonstrou alguma atenção ao meu problema depois de ouvir três respostas diferentes pra mesma pergunta.
Depois de um pequeno questionário e alguns testes de memória (ainda bem que não valia dinheiro) ele ficou convencido de que o meu quadro clínico-psicoescalafobético merecia maiores cuidados. Me perguntou então se eu comi peixe quando era criança. Respondi: “muito, quase todos pescados na Lagoa de Araruama ou na Baía de Guanabara”. Mesmo desconhecendo os lugares o cara demonstrou uma certa preocupação quando tentei descrever em que pé anda a coisa por lá. Fucked!
Ele disse então haver drogas pra esse tipo de enfermidade, algumas ainda em teste (conheço gente que já fez uma grana servindo de cobaia por aqui) e que podeira prescrever algumas se eu quisesse. Respondi que não, que droga por droga já basta meu presidente, que a cerveja me completa, e que eu tava lá pra tentar resolver e não pra complicar.
Foi quando começamos a jogar papo fora falando sobre o Brasil, futebol, carnaval e me bateu uma sede 'disgramada', uma vontade de tomar uma gelada com camarão frito na beira da praia, de curtir a paisagem indo e vindo miseráveis. Ele percebeu os sintomas/baba/espasmos de bate-pronto e me receitou uma passagem pra Terrinha por um mês pra recarregar as forças e descarregar a pressão. Expliquei pro Doctor que isso estava fora de cogitação no momento. “O problema é que eu me conheço. Se eu for de visita, fico por lá!”, disse eu ao adepto dos Filhos de Gandhi.
Contei pra ele que tenho um projeto sócio-cultural-etiliconográfico sendo realizado por aqui e que só largo a barra da saia da Beth depois de cumprí-lo. Comprei equipamento pra filmar, fotografar, gravar, anotar, registrar toda a experiência vivida em terras gringas pra isso. Meu problema é que sempre esqueço tudo em casa.
Foi daí que o discípulo de Shiva teve uma idéia que de tão brilhante iluminou todo o recinto perfumado com incenso de éter:
- No seu caso o mais recomendável seria uma enfermeira, pra além dos cuidados clínicos, também poder carregar toda essa parafernália e garantir a salvação de algum resquício do seu passado recente.
- O quê!? Enfermeira!? – exclamei eu com ênfase na question mark. Refleti por alguns segundos e continuei:
- A idéia até que não é má, mas há possibilidade dessa enfermeira ser sueca, loura (quase um pleonasmo!), com fluência na língua, especialista em massagem tântrica e terceiros socorros depois da quinta? Afinal, cuidado nunca é demais...
- Acho que não temos suecas em nosso quadro no momento. Algum problema se for tcheca? – retrucou o adorador de vacas.
- Nenhum, caro Doutor, sou um cara multiculturalizado, easy going total!
- Então preencha essa solicitação que eu encaminharei ao Setor de Neurologia e Outras Demências e em breve faremos contato – finalizou o dogged garranchando o papel.
Perfect! Saí de lá rindo à toa sem lembrar direito o por quê. Nunca pensei que ficaria feliz por seguir recomendações médicas e mergulhar profundamente de cabeça num tratamento. That’s it!!
8 comentários:
hahahaha, muito boa essa da enfermeira.
Já pensou...?
Abração, Loucura.
Sei n�o....acho que esse Doctor te fez de cobaia tb! De deu alguma droga desconhecida...ali�s acho que desde que vc partiu tem "usado" coisas estranhas...rs
Que diabos de hist�ria � essa?! Hahahahaha!!!
"Num sei nao, so sei que foi assim..." ahahahahaha
E isso eh soh o relato de um dos 'acontecidos'! Outros virao!!
Abs, Beto.
Super, só tu mermo pra me fazer ficar acordado até as 2:30 da matina atualizando a leitura do seu blorrrrne!!! Tô de volta!! Sobre as estórias: impressionante vc ter voltado de liverpool e ter conseguido logo um teto... parece final de filme de Gus Van Sant. hauhauhauhauhauhauha! Ainda, procurou um médico por aí? Como dizia Vicente Matheus "Depois da tempestade vem a ambulância".Mais do que nunca, isso tudo servi pra reforçar nossa crença de que Liverpool é mesmo uma terra sagrada... E o corrroooooa (Edu) Ian?? Terá sido um gárgula que se desprendeu de uma igreja daquelas lá pra guiar vcs? Ou o 5º Beatle que não morreu?! Vou lá... não posso perder tempo... preciso dormir muito, pois daqui a aproximadamente 7 meses não saberei mais o que é isso!!Bjão!!! Balê. Giglê (ouvindo Golden Slumbers c/ Cássia Eller).
Caraaaaaaaaa....abandonou a gente!
Depois aparece com uma porrada de novidades e mais uma porrada de histórias pra gente ficar lendo madrugada a dentro, como bem diz Gêno.
bjs e até qq hora!
é...cuidado com esse "easy going"!
Qualquer hora pode ser um enfermeirO! Já pensou?! rsrsrs
Qualé, Lambreta?! Tá me estranhando??!!
Porra, Purê..., só te digo uma coisa:
"Once, there was a way to get back homeward..."
Beijão na Cuíca!!
Postar um comentário